É realmente muito triste saber que algumas empresas ainda não se deram conta do quão importante pode ser a inclusão na vida das pessoas.
Lembro como se
fosse ontem da primeira vez em que utilizei o DOSVOX,
da primeira vez que utilizei o Windows com narração instantânea, e
também, do meu primeiro celular falante, o meu saudoso Nokia
6681.
Realmente eu era
uma dessas pessoas que passavam bem longe de computadores e coisas do
gênero, porem, um belo dia, me vi na eminência da possibilidade de
não conseguir mais poder ler meus amados livros, HQs, revistas,
jornais e etc...
Foi assim, que
pela primeira vez, em 1997, tive meu primeiro contato com um
computador adaptado com voz.
Como certos cegos
que resistem a sua bengala, eu também resisti a essas tecnologias
até meados de 2005, e desde então, me tornei uma espécie de
usuário avançado em tecnologias
assistivas.
Não que isso
tenha me trasido algum êxito proficional ou financeiro, ainda
continuo remando contra a maré no mercado de trabalho, mas nunca
cobrei para instalar voz a nenhum de meus iguais, não que eu condene
isso, existem grandes proficionais nesse meio, e o bacana é que
todos os que conheço são cegos ou quase isso e muitos desses caras
cobram preços justos.
Já eu nunca
cobrei, não sou proficional desse meio, não sou técnico, não vivo
disso e sendo assim acabo tendo mais liberdades ideológicas pra agir
ou para simplesmente pensar fora da caixa.
Acho a grande
maioria das consultorias em acessibilidade
digital uns grandes bicões, e quando não são isso, ou seja,
quando realmente detém algum ou muito conhecimento na ária, viram
mercenários com seus valores geralmente injustificáveis, cobrando
preços bizarros para instalar programas piratas para o usuário
comum, cobrando preços ridículos para instalar softwares gratuitos
para empresas e por aí vai.
É claro que
existem também essas questões de mercado, um gigante desenvolve uma
solução e sai por aí cobrando cinco mil dólares pela licença,
tirando a maior onda no discurso da inclusão,
mas bem na moita, se valendo da própria inclusão para lucrar.
Existem também
aqueles casos em que o camarada cria um serviço qualquer para
deficientes
visuais, cobra um preço por ele sem sequer se dar ao trabalho de
pesquisar e verificar que o tal serviço já existe e é gratuito.
Poderia dar aqui
muitos exemplos curiosos neste e em vários outros sentidos porem,
vamos focar um pouco sobre a equação entre o respeito as diferenças
e a noção de que todos somos iguais perante a lei.
Pode parecer
confuso e até meio descrepante, no entanto, creio poder realçar
esses dois aspectos me servindo de alguns efeitos reflexivos, se não
vejamos:
Digamos que em
função de minha deficiência eu tenha em relação a você uma
certa desvantagem oriunda de minha própria condição física,
correto?
Em termos
jurídicos, em um estado de direito, esse mesmo estado deve criar
dispositivos para que essa desvantagem diminua e em até alguns
casos, possa mesmo ser praticamente nula, e creio ser um bom exemplo
a substituição de escadas pelas rampas.
Nesse sentido a
desvantagem ou vantagem física foi conciderada e respeitada, e ambos
tiveram o direito igualitário resguardado ao poderem ter garantidos
os mesmos acessos ao espaço arquitetônico.
Dito isto,
preciso então trazer a luz dessa avordagem alguns pontos que
realmente são cruciais para as ponderações que virão a seguir.
É muito
importante não esquecer que dentro de nossa sociedade, somos também
consumidores, ou seja, pessoas que tem o mesmo direito que as demais
e este direito precisa ser respeitado e levado em concideração,
afinal de contas, nós escolhemos, pagamos e consumimos como qualquer
pessoa.
Agora imagine se
você for há uma loja e comprar um telefone cuja tela não liga,
inpedindo o seu acesso ao conteúdo do aparelho, sertamente você se
sentiria muito frustrado, correto?
Perceba que
quando um cego compra um dispositivo, este mesmo sentimento de
frustração surge quando ele se depara com um aparelho ou serviço
que não lhe permite esse mesmo acesso a conteúdos, funções,
informações e etc.
Mas digamos que o
aparelho que você comprou lhe permita um acesso parcial a essas
funções, funcionando com, digamos, metade da tela, acho correto
supor que o sentimento de frustração seria o mesmo, certo?
Perceba que o
mesmo se da quando encontramos as funções de acessibilidade
funcionando parcialmente, nos impedindo de usufluir plenamente por
algo que pagamos como qualquer consumidor faz.
Isto posto, acho
que já me sinto mais a vontade para iniciar as minhas primeiras
impressões sobre os novos sistemas que estão para serem lançados
pela Microsoft,
motivo pelo qual você foi levado a ler esse artigo e que, com tanta
paciência tem aguardado para em fim iniciarmos.
Então vamos
La!!!
Está previsto
para o dia 29 de Julho o lançamento cimultanio e mundial dos novos
sistemas operacionais da Microsoft, o Windows 10 e sua versão
móbile , caso você ainda não esteja a par das novidades trasidas
pelo novo softwere sugiro dar uma boa pesquisada na web, está cheio
de conteúdos sobre esse lançamento ou então de uma olhada aqui.
Já estou
utilisando o S.O como testes há alguns meses e de algumas semanas
para Ca, após algumas atualizações bem pesadas o sistema comessou
mesmo a ganhar forma, por varias veses precisei formatar a maquina em
função de problemas, geralmente relacionados com os drivers de som,
o que obviamente me impossibilitava de testar o Narrator,
leitor de telas que já vem incorporado no Windows.
Narrator
O Narrator surgiu
pela primeira vez no Windows Vista e era realmente uma piada se
comparado ao que já existia na época, simplismente uma decepção,
mais agora parece que pelo menos na versão desktob o leitor de telas
vai dar conta do recado, o que ainda não significa que ele possa vir
a ser uma opção plausível a ser utilizado por cegos.
O próprio NVDA
está há anos luz de distancia a frente do Narrador em termos de
leitura de tela, já os usuários de ubuntu,
por exemplo, podem aconpanhar e formatar suas maquinas com suporte de
leitura de tela no Orca
desde o inicio da instalação do sistema, o mesmo também
ocorrendo com os computadores da Apple,
mas isso, nem de longe rola no Windows.
No que depender
da Microsoft ainda vamos ter que continuar precisando da ajuda de
outras pessoas para formatar nossas maquinas mesmo tendo o
conhecimento técnico que nos credenciaria a fazer isso sozinhos.
Como o Windows 10
ainda está rolando em sua versão de testes fica difícil avaliar
suas funcionalidades com o sistema já aberto e funcionando, porem,
acho importante dizer que até então, nos testes que pude fazer, ele
pareceu ser bem funcional e satisfatório visto que o próprio
sistema passou por varias mudanças com travamentos inesperados e
configurações que acabavam falhando.
Todas as criticas
e sugestões referentes ao Narrator pude enviar pelo Microsoft
feedback, pelo menos quando ele abria com os drivers de áudio
funcionando, por esse motivo passaremos para as impressões
relacionadas ao Narrator no Windows phone 8.1 updade segundo presente
em alguns modelos Lumia.
O smartphone que
utilizo como base é o Lumia 640 DTV que já vem de fabrica com o
updade segundo do Windows phone 8.1, em versões inferiores o
Narrator emite uma mensagem indicando que não há suporte para o
idioma brasileiro e em versões mais antigas, ele nem consta na lista
de recursos.
Vale lembrar que
muitos dos smartphones receberão o upgrade para o Windows phone 10
pois como vem sendo dito pela Microsoft, a intenção dos caras é
interligar os dispositivos, fazendo com que um programa criado para
um PC possa ser utilizado por outro tipo de dispositivo e vice e
versa, mais motivos ainda para ficarmos apreensivos!
Explico:
Desde o Windows
95 até os dias de hoje, nós nunca tivemos um leitor de telas nativo
que realmente suprice respeitosamente o acesso de seus clientes cegos
aos produtos da empresa, e note que já se passaram pouco mais de 20
anos.
Basicamente, a
mensagem que a Microsoft vem passando para nós é a de que se
quisermos utilizar seus produtos, é então melhor estar disposto a
pagar mais caro por isso, procurando por programas de terceiros,
submetendo seus clientes as mais diversas formas de assistências
digitais, indo desde a pirataria há submição a bancos em troca de
licenças, uma injustiça que foi corrigida com o surgimento do NVDA,
que aliais não tem relação alguma com a Microsoft.
Ainda assim
gostaria de dizer que a utilização do narrator no Lumia 640 é
muito agradável, com seus comandos simples que não vão causar
nenhuma dificuldade aos usuários de Iphone ou Android, com suas duas
vozes já imbarcadas no sistema, uma feminina e outra masculina, tudo
passando realmente uma agradável sensação de precisão e
praticidade, aspectos que me deixaram realmente muito animado.
A noticia boa é
que sim, já existe um leitor de telas acessível para smartphones
Microsoft, a noticia ruim é que ele só funciona parcialmente, tanto
que seria mais fácil para mim listar as coisas que ele não Lê do
que as coisas que ele Lê.
Ainda assim a
iniciativa é muito importante, principalmente se essa integração
de PC com dispositivos moveis se confirmar como sendo uma coisa boa,
por exemplo, poderemos ter o próprio NVDA rodando em um celular, já
que como temos visto, a Microsoft nunca foi muito boa em soluções
de acessibilidade, sempre nos levando a procurar por aplicativos
desenvolvidos por terceiros.
A lupa, o texto
grande e o zoom,.
Se no Windows XP
a lupa já quebrava um baita galho, sem ser, digamos, uma boa
ferramenta, no Windows 7 ela passou por uma evolução espantosa e
sob qualquer ponto de vista satisfatória, ao ponto de que alguns
usuarios de baixa visão como eu pensarem , se melhorar estraga!
Pois bem, a mesma
lupa foi conservada no W8 e ao que tudo indica será mantida no W10
sem nenhuma alteração, pelo menos foi o que pude observar
utilizando a versão tecnical suport, pois se com o Narrator tive
muitos problemas nos testes em função dos drivers o mesmo não
ocorreu com a lupa.
Infelizmente com
as opções de testo grande, inversão de cores e auto contraste, não
há nada de relevante que meressa ser mencionado, ou seja, o que
sempre foi ineficiente segue sendo ineficaz e por tanto substituível.
A coisa meio que
da uma piorada quando vamos para o Windows Phone, nele a opção de
zoom se restringe há algumas regioes do sistema e simplesmente não
funciona quando a opção texto grande está ativa, limitações que
já foram deixadas para tras ha muito tempo pelo Google
e pela Apple, lembrando que a versão do windows phone que estou
utilizando é a 8.1 update segundo.
A opção de
texto grande também se restringe a partes especificas do sistema mas
em contra partida podemos fazer alguns ajustes em que o contraste da
tela possa nos ajudar a visualizar textos e objetos, é possível
substituir o fundo escuro pelo fundo branco e tentar encontrar a
melhor maneira possível para melhor atender as necessidades
especificas de cada usuário.
O grande problema
é que todas essas possibilidades são muito restritas e infelizmente
não podem oferecer uma experiência confiável para o usuário com
deficiência visual, obviamente que os testes não foram feitos com
base no Windows phone 10 e isto precisa ser levado muito em
concideração, por tanto, nós que estamos Habituados com o Windows,
vamos ter que esperar até o próximo dia 29 para saber se realmente
seremos considerados como usuários e consumidores dos produtos da
Microsoft, por hora ficam por aqui grandes expectativas, que
infelizmente não são maiores que as duvidas.
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